Jovem é agredido por dançar c/ outro menino em Joinville.


Homofobia. Diego Almeida Nascimento apanhou de três seguranças por dançar com outro rapaz em bailão do Paranaguamirim.

Um rapaz de 19 anos precisou ser hospitalizado depois de ser agredido em frente a um bailão na zona Sul de Joinville. Homossexual assumido, Diego Almeida Nascimento foi atacado por três homens na Sociedade Ponte Preta, no Paranaguamirim, quando dançava com outro rapaz. O caso deve ser investigado pela delegacia do Fátima.

“O segurança chegou para nós e disse: ‘veadinho você não pode dançar assim. Aqui não é um local gay’. Então eu pedi para falar com o gerente. Questionei o preconceito e disse que tinha muitos homossexuais ali. Ele mandou os seguranças me colocarem para fora e os três me espancarem”, contou. O rapaz que pretende registrar boletim de ocorrência ainda nesta segunda-feira.

Há divergências entre a versão do garoto e dos donos da Sociedade. A proprietária Terezinha Elizete Bcher diz que a agressão foi fora do bailão. A confusão teria começado porque o rapaz estaria dançando com outro rapaz. “Recebemos todos os tipos de gente aqui, até travesti. Elas dançam com todo mundo e se divertem. Agora este menino veio querendo dançar com outro amigo. Ai não dá para aceitar né. Se ele tivesse vestido de mulher tudo bem”, explicou Terezinha. O marido de Terezinha, Valdecir Becher, acrescenta: “O marido dela completa. “Nosso salão é familiar, não pode ter dois homens dançando junto. Se ele quer dançar com outro rapaz, eles que vão para um casa gay. Na sociedade não pode”, enfatiza.

Segundo a empresária, que junto do marido administram o clube há 12 anos, os seguranças falaram para o Diego não dançar com outros rapazes, mas o menino não gostou. “O segurança e meu marido disse que eles não podiam ficar se agarrando, dançando junto, formos dar um conselho e o menino veio com 30 pedras na mão. Não quis conversar e foi para cima de todo mundo”, alega.

“A gente tem um policial militar que trabalha como segurança para nós. Ele viu tudo o que aconteceu. Os seguranças só tiraram o rapaz para fora, ele saiu e foi conversar com policias que estavam lá na frente. Lá teve outra discussão e foram os PMS que bateram nele”, afirmou Valdecir. “Nossos segurança estão aqui para conversar e não agredir ninguém. O menino chutou meu marido, por isso, foi colocado para fora”, defende-se.

Vítima teve que ser hospitalizada.
As marcas da agressão estão estampadas nos rosto, nas costas e braços de Diego. “Eles começaram a me bater, dar chutes e pontapés. Eu desmaiei. Quando acordei eles ainda estavam me batendo. Amigos meus que estavam no bailão me socorreram e levaram hospital”.

Conforme testemunhas policiais militar estavam no local, mas não teria feito nada para intervir na agressão, dos seguranças. “Depois que eu apanhei os policias que estavam ali me pegaram e falaram para eu ira à delegacia registrar um boletim de ocorrência. Ainda ferido fui a Delegacia Central de Polícia. Lá os agentes disseram que eu não podia registrar a ocorrência lá, e sim na delegacia do Fátima, estava muito mau, ensangüentado e achei melhor procurar antes o hospital”, denuncia o jovem que se comprometeu em registrar a ocorrência na tarde desta segunda-feira.

No pronto socorro do Hospital São José, Diego foi medicado, fez radiografias e curativos. “A gente vai em um lugar para se divertir, paga a entrada e apanha de graça. Foi um crime de homofobia pura. Eles me bateram por eu ser homossexual e estar dançando com outro homossexual”, segundo Diego. Ainda nesta segunda-feira, a vítima garantiu que foram os seguranças que bateram nele e não a Polícia Militar.

Comando investiga se houve descaso da PM.
Conforme a Polícia Militar uma ocorrência de agressão em via pública foi gerada, mas quando a viatura chegou ao local, o grupo dispersou. Outro homem de 35 anos que teria ajudado o homossexual agredido também foi ferido no rosto.

O comandante do 17º Batalhão de Polícia Militar, Adilson Michelli, disse que vai investigar se houve descaso na ocorrência. “Se a vítima achar que houve algum descaso deve vir ao batalhão para registrar uma ocorrência conosco. Eu sei que tinha policiais lá, mas quando eles chagaram a briga tinha terminado. Também não há informações de que nossos policias tenham agredido o menino”, disse.